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sexta-feira, 8 de maio de 2009

Barreiras

Disse-me uma pessoa próxima, ao ouvir o alto som do rádio do carro que passava perto, Aposto que esse cara é um daqueles idiotas que usam colar de prata, brinco, anel...

Tribunais de vários estados brasileiros impediram a realização da Marcha da maconha, evento organizado mundialmente. O direito à livre expressão só é livre se o juiz der ganho de causa.

Mulher de uma cidadezinha de Minas Gerais é condenada à prisão e a pagamento de multa por difamação, depois de relatar num jornal de 500 exemplares/dia a situação do presídio da cidade, explicitando todos os pormenores dos desmandos dos diretores da cadeia.

Não suporto som alto, seja de qualquer gênero. Acho essa atitude extremamente desagradável e de mau gosto. Mas que linha de raciocínio, senão um lapso de consciência ou uma pseudoconsciência no vácuo, conseguiria associar o estilo de se vestir da pessoa com esse flagrante de falta de bom senso? Como uma manifestação meramente externa interfere no intelecto da pessoa? Eu, quando cultivei um rebelde e inusitado moicano por um tempo, não me senti mais burro de absoluto. Aliás, foi com ele que fiz a segunda fase da Federal.

Sou contra a descriminalização da maconha por diversas razões, mas é inegável que essa corrente tem agregado boa parte da população brasileira ultimamente. E, naturalmente, essa parcela vai querer pelo menos abrir um canal de discussão a fim de mostrar seus propósitos, já que tem respaldo para tal na Constituição. São-lhes problema, porém, a mesquinhez e o conservadorismo anacrônicos daqueles que interpretam nossas leis. E o direito a manifestar-se é soprado pra longe, como fina areia, carregando grãos que talvez nos vingassem algo.

São exemplos como esses que caracterizam o Brasil como um país com pouca liberdade de expressão, segundo a OEA, Organização dos Estados Americanos. Barreiras que devem ser superadas aos poucos, e que se comece no individual.

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