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sábado, 27 de novembro de 2010

Eu

Estou a fim de falar um pouco sobre mim. Sinto que me colocando em algumas palavras, poderei fixar algumas características minhas, ou pelo menos pensar um pouco mais sobre elas.

Uma palavra que pode me resumir: observar. Gosto de andar de ônibus por causa disso; gosto de não-falar por causa disso; gosto de ficar só.

Mas muitas vezes não me limito a observar. O tanto que vejo na minha vida me incita certos pensamentos também. Impossível alguém observar tanto e não perceber o mal que é o dinheiro; como esse 'bem' acaba com nossa vida, nossas paixões. Desafio qualquer um dos assíduos e numerosos leitores deste blog a identificar nas ruas alguém com fortes indícios de felicidade. Nós reprimimos a felicidade; reprimimo-la em detrimento da fé ardorosa ao dinheiro, à corporação, à produção, à produtividade, aos rendimentos, ao 'trabalho que dignifica o homem'. Que trabalho é esse que dignifica o homem? Alguém vê, digamos, um cobrador ou um motorista de ônibus como retrato da dignidade trazida pelo trabalho? Alguém vê um taxista exaltar no peito: 'amo este trabalho'?

Qual a dificuldade em ver que essa busca pelo dinheiro atropela o bem-estar das pessoas? Por que não podemos trabalhar nas coisas pelas quais sentimos paixão?

Digo com toda a certeza: todo o mal estar que vemos nos ambientes empresariais; todo o mal estar provindo de crises econômicas; todo o malogro das famílias vítimas de um prédio mal projetado; toda a insatisfação provocada pelo stress; tudo isso é resultado direto da busca imediata pelo dinheiro, ou, dito de outra forma, resultado direto da falta de paixão no trabalho.

Mas não culpo tão fortemente os indivíduos que movem essas engrenagens. Não têm muita culpa. O problema é a falta de autoconhecimento. Não se pára para pensar: o que eu quero da vida?, que trabalho me faz sentir-me bem?

Por sua vez, isso já é problema do ensino mecanizado, padronizado, robotizado a que somos impelidos a nos submeter. Aí é que eu sinto minha responsabilidade.

Não sei se já comentei por aqui, mas pretendo ser professor para encarar essa questão da educação. Quero uma educação libertária, alternativa, em prol do bem-estar, em prol da arte, do autoconhecimento e da vida. E não me importo se alguns me vêm com aquele papo de utopia, como já aconteceu diversas vezes. Quando se encontra uma forte paixão, a indignação comum se transforma numa indignação poderosa, deixando de ser fonte apenas de reclamações, e tornando-se propulsora da vontade de buscar soluções.

Quero impactar essas mentes jovens, desmonetarizá-las, transformá-las em agentes de mudança, apaixoná-las. É isto que falta: paixão. Com a paixão, tudo fica lindo, e o bem-estar impera.

Um comentário:

  1. Me deixa amparada esse seu pensamento de motivar as pessoas a fazerem suas escolhas em torno do que realmente querem, realmente sonham. Eu ainda não sei se a minha escolha é certa, mas por enquanto ela me faz imensamente feliz. Optei pela realização do sonho e não do bolso.

    Gostei do blog. Vou, sempre que puder, dar uma olhada.

    abraços

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