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domingo, 12 de abril de 2009

Politicagem

Fiquei estarrecido com a capa da revista CartaCapital da semana passada. Nela se via Renan Calheiros garbosamente alinhando seu terno, e, logo abaixo, lia-se "Ainda por cima, Calheiros?".

Essa figura, o alagoano Renan Calheiros, já está há muito tempo na vida política brasileira. Atualmente, ele está refestelado nas acolchoadas poltronas do senado. Depois de quase ter sido cassado por causa de um ingênuo deslize (uso de terceiros para pagar contas pessoais) no período em que era presidente da casa, ele ressurge das cinzas e já mobiliza todo o seu exército de paladinos senadores para sair em sua defesa. E o pior: esse exército se envereda por todas as esferas do poder, até mesmo o Presidente da República, um ídolo meu, apoia Renan.

É bem simples o esquema de Calheiros. Tudo começa com os funcionários recém-chegados. Por exemplo, o novo secretário-adjunto do terceiro secretário da assessoria de imprensa de um determinado senador é convidado a um jantar com o nosso amigo RC. Lá, eles firmam pactos de amizade e companheirismo permeados de muitas promessas de cargos comissionados. Em compensação, é exigido que esse tal funcionário lhe acelere algumas papeladas de forma que os interesses de RC se propaguem de forma mais rápida e eficaz. "Me garanta seu voto em meu favor em tais projetos que lhe dou tais cargos". Assim ele reconquistou seu espaço na política, assim ele reatou as pontas do poder, assim ele se manteve na alta sociedade com Collor, FHC e Lula, mesmo com governos tão diferentes. E assim se constroi a rede de direitos e deveres dos excelentíssimos representantes do povo no poder.

O próprio RC reconhece os poderes com que se regozija. Questionado se se candidataria a governador das Alagoas, respondeu: "Pra quê, se aqui eu tenho muito mais poder?". Pois é, esse RC é todo prosa...

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