Da mesma forma que, de repente, nos ocorre um estalo de boa vontade e de bons humores, surge-nos, também de repente, um filete de melancolia e languidez que pode se avolumar e nos tomar o domínio da vida.
É parte das estações da vida, que nada têm que ver com aquelas a que estamos habituados e mecanizados a memorizar. É quando sentimos o ar que normalmente respiramos nos sufocar brandamente; é quando as veias e artérias que nos irrigam dilatam-se e nos tomam mais espaço do que o comum, sentimo-nos pressionados por nós mesmos; é quando o coração bate mais depressa por nenhuma razão aparente, a temperatura corporal sobe, somos impelidos a respirar fundo, a repousar a mão direita no peito esquerdo para tentar conter o ímpeto daquele órgão que é mais imaterial que físico.
No nosso inverno, refletimos. Daí a provável causa para tanta tempestade.
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