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terça-feira, 7 de dezembro de 2010

Criar 4

O observador, agora, senta-se sobre uma mesa que, dado o alto grau de erosão pelo ininterrupto vento que é o tempo, ameaça desintegrar-se a qualquer momento. Lá, vê, de longe, um auditório vazio, cujas portas de vidro revestidas de película escura tentam esconder o vazio interior. Para o observador, porém, o auditório está repleto de vida, lotado, esperando pelo palestrante.

Quando este chega, qual terá sido a surpresa desse observador ao perceber que o palestrante é a Observadora, com quem mentalmente se comunicou algum tempo atrás.

Estão todos ansiosos pelo discurso da Observadora. Quem será?, o que deverá fazer da vida?

Sobe no pequeno palco que lhe fora montado e começa o colóquio.

O observador, deliberadamente ou não, desvia o pensamento do colóquio por um momento. Pára toda a ação e começa a olhar os espectadores. Negro com óculos, senhora com óculos, senhora de cabelos curtos, senhora loira e vistosa, rapaz extremamente comum, moça extremamente comum.

Subitamente, o observador perde o interesse pelo colóquio. Ouve a Observadora tagarelar mas não se concentra. Após algumas poucas horas de sono, a palestra termina, e o observador é acordado pela profusão de aplausos. Então, algo de diferente apossa os seus olhos.

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